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A trajetória de Jefinho, o ‘papa-títulos’ do futebol de base

Com 70 anos, Jefferson Gomes Ferreira (Jefinho) é bacharel em Ciências Contábeis e lecionou durante 23 anos, mas ficou muito conhecido em Ponte Nova como treinador de futebol. Ele jogou pelo Primeiro de Maio dos 12 aos 27 anos.

Encerrada a carreira de atleta, tornou-se treinador dos times de base do Clube a partir de 1986, tendo como primeiros aprendizes adolescentes nascidos em 1970.

Formando craques

Até o término de sua carreira, em 2001, mais de 1.500 jogadores foram treinados por ele, segundo cálculos próprios.

Dentre eles, Jefinho ressalta os craques que jogaram ou ainda jogam em times profissionais (*1), com destaque para Guilherme Alvim Marinato, que se naturalizou russo e é goleiro reserva da Seleção da Rússia, que na semana passada disputou a Copa das Confederações da Fifa.

Colecionando títulos

Como treinador do Primeiro de Maio, Jefinho colecionou 64 títulos com as equipes Pré-Mirim, Mirins A e B, Infantil e Juvenil. Ele se lembra de um campeonato invicto do Pré-Mirim na Copa Aécio Neves e, em 1990, do vice-campeonato infantil na Copa de Rio Pomba.

Por algum tempo, ele foi treinador do Villa Nova/Núcleo Ponte Nova, pelo qual venceu 3 certames com as equipes Pré-Mirim, Mirim B e Infantil. Em 2014, Jefinho treinou o time do Ana Florência por dois meses, mas, com problemas cardíacos, teve que parar de vez com a carreira. “A vitória inesquecível foi quando o Pré-Mirim do Primeiro de Maio perdia de 2 x 0 para o Palmeirense e, no 2° tempo, conseguiu fazer 5 gols. Já a derrota mais memorável ocorreu quando o Mirim B perdeu para o Riocasquense por 2 x 0, em 1989”, sublinha ele. No currículo do treinador, há vitórias contra times de destaque no Brasil (*2) e no exterior (*3).

“Muita gente não se lembra dessas conquistas. Infelizmente não tivemos o reconhecimento merecido. Eu corria atrás de patrocínio, e, quando não conseguia, saía do meu bolso o dinheiro para viagens, equipamentos e uniformes”, relata ele desabafando: “O apoio que recebia do próprio Clube era pouco, o que dificultava o nosso trabalho.”

Dedicação

Jefinho conta que fazia rifas para arrecadar dinheiro: “Rifamos um videocassete para construir o vestiário para a Escolinha de Futebol no campo do Primeiro de Maio, e hoje quem usa o vestiário é o time amador.”

Ele, que é flamenguista fanático, conta que no passado torceu pelo Primeiro de Maio: “Hoje, porém, devido à desorganização do time e dos campeonatos, não torço mais para nenhuma equipe da região. Há 11 anos não assisto a jogos de futebol em Ponte Nova, mesmo sabendo que, nas formações atuais do Primeiro de Maio, do Palmeirense e do Pontenovense, há pelo menos 17 atletas que foram treinados por mim.”

Conquistas e amizades

A falta de apoio e dificuldades “valeram a pena pelas alegrias nas vitórias, pelo reconhecimento dos ex-atletas e dos pais dos jogadores, os quais sempre foram muito gratos. Algumas situações ruins me marcaram, mas a carreira deixou saudades pelas conquistas, que foram inúmeras, e pelas amizades que eu fiz”, relembra ele.

Filho de treinador, Jefinho conta que o amor pelo esporte está na família. “Meu filho, Roger Mol Ferreira, e minha nora, Gilceli, são formados em Educação Física e dão aula no Instituto Montessori. Além disso, minha filha Jerusa também é profissional de Educação Física e professora na Escola Estadual Senador Antônio Martins”, explica.

Para quem ambiciona ser um bom técnico de futebol, Jefinho deixa este recado: “Corra atrás e faça um trabalho de alto nível! Busque patrocínios e incentivos. Preze também pela disciplina e será respeitado. Sempre terá gente para falar mal e reclamar, ainda mais quando se fala a verdade, como eu.”

(*1) – Jairo (Doha/Catar), Mateus Barbosa (Vasco/RJ), José Alberto e Gustavo (ambos no Flamengo/RJ), Vitinho (ex-Fluminense, ex-Cruzeiro/MG e ex-América/MG); Juninho, Décio, Bodinho e Marcelinho (os 4 no América/MG); Danilo (Volta Redonda/RJ); José Eduardo (Atlético/MG); Juninho (Tupi/Juiz de Fora); Braguinha (Cruzeiro); Artuzinho, Kfuri e Leandro (os 3 no Aciaria/Ipatinga-MG); Bermudão (Villa Nova/Nova Lima); e Charles (Ituano/SP).

(*2) – Vitórias do Primeiro de Maio contra times nacionais: 2 x 1 Fluminense, em Itamarati de Minas; 1 x 0 Cruzeiro, no Mineirão/Belo Horizonte; 3 x 1 Cruzeiro, em Ponte Nova; 1 x 0 contra o América, em Rio Novo/MG; 3 x 1 Goiás, em Lavras; 3 x 1 Pequenino do Jockey, em Oliveira/MG; e 1 x 0 contra o Vasco da Gama, em Ponte Nova. Jefinho ainda destaca dois empates: contra o Comercial (2 x 2), em Ribeirão Preto, e o Flamengo (0 x 0), em Ponte Nova.

(* 3) – Vitórias internacionais: 3 x 1 Cerro Portenho (Paraguai), em Boa Esperança/MG; 3 x 0 contra o Longchamps (Argentina), em Lavras/MG; 3 x 1 contra o Devotos de Córdoba (Argentina), em Lavras/MG; e 3 x 2 contra o Caniletos (Chile), em Oliveira/MG.

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